AGENDA PALCO CLÁSSICO: HORÁCIO, de Heiner Müller
Em apresentação única, o ator Celso Frateschi encena “Horácio”, do dramaturgo alemão Heiner Müller, num espetáculo solo que tem mais de 20 anos.
Tradução de Ingrid Dourmien Koudela e adaptação, concepção e interpretação de Celso Frateschi.
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Roma está em guerra contra Alba. Ao mesmo tempo, ambas são ameaçadas pelos etruscos. Para resguardarem seus exércitos contra o inimigo em comum, os chefes decidem que um Horácio lutará por Roma e um Curiácio lutará por Alba. A irmã do Horácio escolhido era noiva do Curiácio – mesmo assim, decidem lutar. O Horácio mata o Curiácio e retorna a Roma coberto de glórias. A irmã ignora a vitória do irmão e de Roma chora pelo noivo. Horácio, indignado, usa da mesma espada glorificada pelos seus para matar a noiva do inimigo, sua irmã. Os romanos cessam os festejos, tiram-lhe a espada e organizam-se para entender e julgar o Horácio, divididos entre considerá-lo um herói ou um assassino. (Divulgação)
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A apresentação em 5 de abril, às 20 horas, é gratuita.
O Teatro da USP, na Rua Maria Antônia, 294, tem apenas 98 lugares e costuma lotar rápido. Recomenda-se chegar cedo para a fila.
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Peças como “O Horácio” e “Hamletmáquina” não têm mais diálogos. Em “Margem Abandonada, Medeamaterial, Paisagem com Argonautas” apenas na parte central do texto há resquícios de um diálogo. Em outras partes, o autor ainda dá um passo adiante ao não anunciar nem mesmo os personagens que falam.
Surge daí uma questão: estas peças de Müller ainda podem ser identificadas como textos dramáticos? Ou elas se caracterizam antes como poesias, lembrando a fala lírica? Muitas perguntas surgem sobre a possibilidade de interpretação destas máquinas de texto.
Leia aqui o texto de Ingrid Koudela sobre a dramaturgia de Heiner Müller.
Veja aqui nosso post sobre “Medeamaterial”.
“A tarefa da arte é tornar a realidade impossível”. (Heiner Müller)
A louca Grete, de Brüghel (1563)