PENELOPEIA – Uma palestra dançada

 

PENELOPEIA – Uma palestra dançada

Tema: Penélope, da Odisseia
Concepção e dramaturgia: Raquel Karro
Performance: Raquel Karro
Arquitetura da cena: Maria Palmeiro
Desenho de luz e técnicas de cena: Ricardo Vivian
Figurinos: Mel Akerman
Assistência de direção: Adassa Martins
Interlocuções
Artística e apoio à criação: Renato Linhares
Artística e orientação no mestrado em artes da cena UFRJ: Eleonora Fabião
Na pesquisa cênica: Caio Riscado, Felipe Ribeiro, Luísa Buarque, Patrick Pessoa, Adassa Martins, Luisa Espíndula, Thierry Trémoroux, Maria Palmeiro, Olívia Ferreira
Duração: 65 min.
Temporada: 6 a 30 abr. 2023
Assistida em 21 abr. 2023
Local: Sala Multiuso - @SescCopacabana (RJ)
Ingressos apenas na bilheteria
Agraciada no edital Pulsar do Sesc

Sinopse
Penelopeia – uma palestra dançada questiona os porquês de um dos retratos mais antigos da mulher na literatura ocidental ser associado ao esperar e propõe inverter a questão: “O que se espera de Penélope?” (...) E se esperássemos por Penélope, aquela que tanto esperou? (divulgação)

@Thais Grechi

Comentário

Fica-se à espera. Esperar é o mote. E essa Penélope não se apresenta. A plateia é chamada a se inteirar de um processo de pesquisa acadêmica para a elaboração de uma performance. É chamada “palestra dançada”, mas, como a criadora @raquelkarro mesma admite em entrevista à TV 247, não é bem isso. Há um exercício de corpo muito sedutor no ponto alto da apresentação, em que a performer transita entre as sereias, Penélope, Circe, Calipso. No mais, acompanha-se uma investigação que não ousa tanto quanto poderia – penso eu.

Raquel Karro lança ideias sobre a aproximação que fez do tema. Expõe a si mesma (ainda adolescente candidata em concursos de beleza) e a outras mulheres chamadas Penélope (localizadas no Instagram), questionando-as sobre seus nomes. Pouco resulta dessa investida. Outra abordagem é resumir a Odisseia a partir da colaboração de artistas envolvidos no projeto teatral de origem. É curioso sem acrescentar muito. A melhor sacada é a espera, na chegada da barca de Paquetá ao Rio, segurando nas mãos uma placa com o nome de Penélope. Essa mulher, presa nessa ilha por 20 anos, que a gente não chega a ver nunca. Eu gostaria que tudo tivesse começado dali.

@Thais Grechi

A combinação da tecnologia de vídeo e som com os efeitos sonoros produzidos naturalmente à presença do público traz algo de realmente performático para a cena, apesar de o palco italiano ser limitador nesse aspecto. A dispersão de objetos cênicos – livros, copos, espelhos – convida a uma experiência mais interativa, de construção conjunta do trabalho. Mas isso sou só eu dizendo...

Renata Cazarini

Um agrado: o programa pode ser baixado aqui.


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