AILTON KRENAK SERÁ TIRÉSIAS na ANTÍGONA NA AMAZÔNIA
Tema: peça Antígone, de Sófocles
Concepção e direção: Milo Rau
Texto: Milo Rau e elenco em colaboração com Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Elenco: Kay Sara, Frederico Araújo, Sara De Bosschere, Arne de Tremerie
Em vídeo: Gracinha Donato, Célia Maracajá, Coro dos
Militantes do MST e Ailton Krenak (Tirésias)
Músico: Pablo Casella dos Santos
Dramaturgia: Giacomo Bisordi, Martha Kiss Perrone, Douglas Estevam da Silva
Assistentes de dramaturgia: Kaatje De Geest, Carmen Hornbostel
Colaboração na concepção, pesquisa e dramaturgia: Eva-Maria Bertschy
Composição musical: Elia Rediger e Pablo Casella dos Santos
Cenografia: Anton Lukas
Figurino: Gabriela Cherubini, An de Mol, Jo de Visscher, Anton Lukas
Iluminação: Dennis Diels
Design de vídeo: Moritz Von Dungern
Making Of e Videoclipe: Fernando Nogari
Edição de vídeo: Joris Vertenten
Assistente de direção: Katelijne Laevens
Mudança de planos.
O ativista indígena, ambientalista e escritor
Ailton Krenak será Tirésias na montagem tropicalizada e engajada da Antígone,
de Sófocles, no Pará, mesmo depois de terem sido filmadas cenas com Zé Celso
Martinez Corrêa no topo de um prédio em São Paulo no final de março. Veja aqui. A gravação
com Ailton Krenak acontece nos dias 14 e 15 de abril, conforme informação oficial
do NTGent, o teatro da cidade de Ghent/Gante, na Bélgica, que tem a direção
artística do encenador suíço Milo Rau. Também o ator Celso Frateschi não está
mais no projeto.
Não é difícil imaginar o aporte significativo para essa montagem ter a figura do profeta grego associada a uma liderança indígena da dimensão de Krenak. Tirésias denuncia como erro a ação de Creonte, então déspota em Tebas, de vetar o sepultamento de Polinices, irmão de Antígona, mote do enredo:
“Reflete sobre isto, filho. Todos os homens comungamos do erro. Uma vez cometido, esse não pode ser considerado tolo ou desdito, que, afundado em culpa, repara o mal e não se obstina. A arrogância atrai a loucura. Detém-te ante o morto. Não queiras matar quem já morreu. Que bravura há em exterminar um cadáver? Falo pensando no teu bem. Doce é dar ouvidos a quem nos fala se é para nosso proveito”. (Tirésias a Creonte, na tradução de Millôr Fernandes)
A personagem título, Antígona, será interpretada pela ativista indígena e atriz Kay Sara. Hêmon, Creonte, Ismene e Eurídice são interpretados alternadamente pelos belgas Arne De Tremerie, Sara De Bosschere e o brasileiro Frederico Araújo, membros do Elenco Global do NTGent e ativistas do MST. Segundo informações divulgadas pela produção, a peça culmina com uma encenação do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, no local e no aniversário do crime, na chamada “curva do S”, na rodovia federal BR155.
A performance brasileira acontecerá no dia 17 de abril de
2023 nos locais simbólicos do conflito do Estado brasileiro contra os sem-terra
e a população indígena: na estrada fechada pela selva onde ocorreu o massacre,
na plantação posteriormente ocupada pelos sobreviventes e habitada até hoje, e
nas florestas e aldeias da população indígena. (divulgação)
O diretor brasileiro Fernando Nogari está
encarregado do making of da montagem teatral na Amazônia, que depois
deve circular na Europa. Em paralelo ao projeto teatral, Milo Rau lidera uma
campanha política em defesa da produção agrícola sustentável na região amazônica.
A circulação da Antígona na
Amazônia já tem uma agenda intensa:
13/05/2023: estreia mundial
de Antígona na Amazônia em Gante (Bélgica), no NTGent
19-21/05/2023: Amsterdã
(Países Baixos), no ITA
25-27/05/2023: Viena
(Áustria), no Festival de Viena (Wiener Festwochen)
01-04/06/2023: Frankfurt
(Alemanha), no Künstlerhaus Mousonturm
13 e 14/06/2023: Douai/Arras
(França), Tandem Scène Nationale
17/06/2023: Roterdã (Países
Baixos), no Schouwburg
16-24/07/2023: Festival
d’Avignon, Avignon (França)
Ainda este ano Antígona na Amazônia estará na Basileia (Suíça), Roma (Itália),
Bydgoszcz (Polônia), Lyon (França), Lisboa (Portugal), Porto (Portugal), Madri
(Espanha), Châteauroux (França), Paris (França), Bruges (Bélgica), Turnhout
(Bélgica) e Antuérpia (Bélgica).
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