Christiane Jatahy TRANSBORDA


Encerra-se neste fim de semana a temporada parisiense de “O agora que demora” (Le présent qui déborde), no teatro 104. Trata-se da segunda parte do projeto “Nossa Odisseia”, a partir de Homero, concebido pela encenadora brasileira de projeção internacional Christiane Jatahy, que teve estreia mundial em São Paulo, a qual comentei aqui no blog.

Veja também uma crítica sobre a montagem em Paris.

A presença de Jatahy transborda do espaço teatral para o cenário político, como se viu dias atrás, ao participar do encontro “Brasil, a cultura em perigo”, organizado em Paris pela RED.br.


“Não é como na época da ditadura, em que a censura era oficial e se censuravam trechos de obras. Agora, ela é velada, mas se censuram obras inteiras, cujas temáticas desagradam. E a justificativa é sempre um problema técnico” - declaração registrada pela Radio France International (RFI), que você pode ler aqui.

A mobilização de Jatahy, em solidariedade a encenadores brasileiros que denunciam censura às suas atividades, já tinha sido registrada pela RFI: “É um momento obscurantista, porque nos é tirado o direito, tanto como artistas quanto como espectadores, de escolher as nossas obras, do que queremos fazer ou ver”. Leia mais aqui.

A movimentada agenda do espetáculo no primeiro semestre de 2020 dará a Jatahy outras oportunidades de ser porta-voz da indignação do teatro brasileiro. Confira aqui o que vem pela frente.