Prometeu Despedaçado
Mito: Prometeu
Dramaturgia: coletiva, com
texto de Flavio Moraes
Temporada: 04.05 a 27.05.17
Local: Oficina Oswald de Andrade | São Paulo (SP)Direção geral: Carlos Palma
Elenco: Adriana Dham, André Falcão, Antonio Ginco, Diogo Cintra, Leticia Olivares, Monika Plöger, Oswaldo Mendes, Rogério Romera, Selma Luchesi e Vera Kowalska
Assistido em: 27.05. 17
Duração: 90 minutos
“Quem pensa encontrar em nosso "Prometeu
Despedaçado" uma história cientificamente estruturada pelo que dizem os manuais
da boa dramaturgia, esqueça. Ao mesmo tempo em que se despedaça, reencontra-se.
(...) Não há originalidade: um grupo de professores está preso num tempo e num
espaço, numa ortodoxia asfixiante, num mundo de regras e obediências que
retarda a liberdade do ser”. (Divulgação)
“Nunca se falou tanto em complexidade,
interdisciplinaridade, não linearidade, rede, rizoma e por aí se vai. Nosso
processo criativo disso não se salvou. Está ali uma dramaturgia coletiva,
apoiada em estudos, cruzando infindáveis improvisações, vivências pessoais e
crises criativas para se chegar a uma consensualidade improvável”. (Divulgação)
Comentário
O espetáculo põe em xeque o dom de
Prometeu aos homens: o conhecimento. Para tanto, faz uso de um clichê, o do
professor como detentor do conhecimento – ou melhor, suposto detentor.
Colocados numa situação de jogo ou teste, os oito mestres trazem ao palco
trechos de autores consagrados e testemunhos de vida fragmentados, daí o
despedaçado.
Do "Prometeu Acorrentado" de Ésquilo, uma das atrizes como que recita um trecho reconhecível, mesmo assim, posteriormente identificado para o público. Mais marcante é a analogia da resiliência de Prometeu, embora uma maldição divina, com a do cidadão de hoje: “Mas temos a capacidade ‘prometeica’ de absorver a dor que se espalha, restando apenas e inutilmente uma teatral indignação” (divulgação).
Os professores momentaneamente tornam-se aves de rapina como a que consome dia após dia o fígado de Prometeu. A dramaturgia é interessante e a encenação, curiosa. (Renata Cazarini)
Do "Prometeu Acorrentado" de Ésquilo, uma das atrizes como que recita um trecho reconhecível, mesmo assim, posteriormente identificado para o público. Mais marcante é a analogia da resiliência de Prometeu, embora uma maldição divina, com a do cidadão de hoje: “Mas temos a capacidade ‘prometeica’ de absorver a dor que se espalha, restando apenas e inutilmente uma teatral indignação” (divulgação).
Os professores momentaneamente tornam-se aves de rapina como a que consome dia após dia o fígado de Prometeu. A dramaturgia é interessante e a encenação, curiosa. (Renata Cazarini)