Labirinto
Mito: Minotauro
Dramaturgia inédita de
Alexandre Costa e Patrick Pessoa
Temporada: 07.04 a 14.05.17
Local: Centro Cultural da Justiça Federal | Rio de Janeiro (RJ)
Direção: Daniela Amorim
Direção: Daniela Amorim
Elenco: Otto Jr, Paula
Calaes e Rodrigo dos Santos
Assistido
em:
16.04.17
Duração:
60
minutos
Trata-se de nova temporada. A peça parte
da ideia da atriz Paula Calaes, tendo estreado em janeiro de 2015 no Oi Futuro
Flamengo (RJ), com temporada de um ano. Os filósofos Patrick Pessoa e Alexandre
Costa assumiram a dramaturgia. Houve dura crítica à montagem na época.
O espetáculo entrecruza as vozes jamais
ouvidas dos 13 jovens que acompanham Teseu ao labirinto de Creta com a do
próprio herói (Teseu), de seu pai (Egeu), de sua namorada (Ariadne) e de seu
algoz (Minotauro). (Divulgação)
“A peça brota da necessidade de dar voz
àqueles que nunca a tiveram. Ela problematiza a ideia de heroísmo e joga luz
sobre a importância dos coletivos na construção da história”. (Patrick Pessoa, coautor de Labirinto)
A peça não tem a intenção de transpor integralmente para o palco o enredo do mito original, mas sim a de construir um ensaio teatral sobre a atualidade de suas questões. (Divulgação)
LABIRINTO E MINOTAURO - Mito de ontem e de hoje. FERREIRA, Ribeiro José. Universidade de Coimbra, 2008.
Comentário
A peça alcança o que pretende, dando voz
aos jovens sacrificados ao Minotauro e ao próprio monstro que, neste texto
inédito, vence Teseu, pondo fim à era dos heróis.
Como o material de divulgação menciona autores contemporâneos, incluindo Sarah Kane (1971-1999), a morte do herói grego nessa montagem talvez tenha sido “autorizada” pela dramaturga inglesa, que, na sua Phaedra’s Love (1996), havia já dado um fim à vida de Teseu.
A subversão do mito grego canônico não deve, assim, chocar ou incomodar: as releituras trazem novidades, por vezes satisfatórias, como dar ao Minotauro o direito à fala, ele que se diz “condenado a matar, embora ame os homens”. (Renata Cazarini)
Como o material de divulgação menciona autores contemporâneos, incluindo Sarah Kane (1971-1999), a morte do herói grego nessa montagem talvez tenha sido “autorizada” pela dramaturga inglesa, que, na sua Phaedra’s Love (1996), havia já dado um fim à vida de Teseu.
A subversão do mito grego canônico não deve, assim, chocar ou incomodar: as releituras trazem novidades, por vezes satisfatórias, como dar ao Minotauro o direito à fala, ele que se diz “condenado a matar, embora ame os homens”. (Renata Cazarini)