Antígona
Peça Antígona (Com Andrea Beltrão) | Agenda Curta!
Mito: Antígona (Sófocles)
Tradução: Millor Fernandes
Temporada: 17.11 a 18.12.16 |
05.01 a 19.02.17
Local: Teatro Poeirinha | Rio de Janeiro
(RJ)
Direção: Amir Haddad
Duração: 60 min
Elenco:
Andréa Beltrão
Assistido em: 12.02.17Duração: 60 min
"A recriação da peça clássica de
Sófocles, em voo solo da atriz Andrea Beltrão nos seus 40anos de carreira, pode
ser uma “múltipla saga interpretativa” (jornalista LuizFelipe Reis, em “O Globo”) ou a “primeira grande tragédia stand-up” (ator Tonico Pereira, na mesma
reportagem).
Para o diretor Amir Haddad, a atriz é um rapsodo. A peça é um relato performático ou uma performance narrativa que demandou um ano de pesquisas, composição textual e ensaios." (Divulgação)
Para o diretor Amir Haddad, a atriz é um rapsodo. A peça é um relato performático ou uma performance narrativa que demandou um ano de pesquisas, composição textual e ensaios." (Divulgação)
Bibliografia
“Não conheço peça de direito mais bela:
Antígona (a Creonte): – Tua lei não é a
lei dos deuses, apenas o capricho ocasional de um homem. Não acredito que tua proclamação tenha tal
força que possa substituir as leis não escritas dos costumes e os estatutos
infalíveis dos deuses. Porque essas não são leis de hoje nem de ontem, mas de
todos os tempos.”.
WOLFF, Fausto (orelha do livro).
SÓFOCLES. Antígona. Trad. Millôr Fernandes. São Paulo/Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2015.
Comentário
Parece que a peça de Sófocles não se
bastava e foi, então, necessário enxertar extensamente a mitologia que envolve
a estirpe de Édipo. O impasse entre o direito dos homens, representado pelo
edito de Creonte contra o sepultamento de Polinices, e o direito divino,
personificado na ousadia de Antígona em cumprir o ritual, perde-se em meio a
tanta informação.
A ação performática da atriz mantém satisfatoriamente a unidade dramatúrgica, mas são esporádicas as cenas em que há fruição do texto sofocliano frente à quase ininterrupta movimentação corporal. Apenas os cacos inseridos pela atriz arrancaram reação imediata do público na sessão a que assisti, por exemplo, qualificar Édipo, que solucionou o enigma da Esfinge, como “o rei das palavras cruzadas”.
Boa encenação é o flagrante de Antígona lançando pó de terra sobre o corpo do irmão: da protagonista ao guarda é um pulo para Andrea Beltrão. Por outro lado, surge excessiva a inclusão superficial de “As bacantes” (Eurípides). Embora tente, a montagem também não se realiza como plataforma do discurso feminino urgente da atualidade. (Renata Cazarini)
A ação performática da atriz mantém satisfatoriamente a unidade dramatúrgica, mas são esporádicas as cenas em que há fruição do texto sofocliano frente à quase ininterrupta movimentação corporal. Apenas os cacos inseridos pela atriz arrancaram reação imediata do público na sessão a que assisti, por exemplo, qualificar Édipo, que solucionou o enigma da Esfinge, como “o rei das palavras cruzadas”.
Boa encenação é o flagrante de Antígona lançando pó de terra sobre o corpo do irmão: da protagonista ao guarda é um pulo para Andrea Beltrão. Por outro lado, surge excessiva a inclusão superficial de “As bacantes” (Eurípides). Embora tente, a montagem também não se realiza como plataforma do discurso feminino urgente da atualidade. (Renata Cazarini)