ME CHAMA DE CASSANDRA

capa da edição brasileira

ME CHAMA DE CASSANDRA (@MarcialGala)
Tradução de Pacelli Dias Alvez de Sousa
Editora Globo-Biblioteca Azul
Lançamento: 24 abril 2023
Pré-venda Amazon

Call me Cassandra (2022)
Tradução de Anna Kushner
Farrar, Straus and Giroux

Llámenme Casandra (2019)
De Marcial Gala
Clarín-Alfaguara-Vamos Buenos Aires
Prémio Ñ Ciudad de Buenos Aires

SERIA UMA RESENHA, MAS TALVEZ NÃO (artigo multilíngue)

Como pode ajudar o que eu tenho a dizer sobre este livro depois que o autor cubano Marcial Gala recebeu do colega angolano José Eduardo Agualusa este comentário em coluna do jornal O Globo do final de 2022, que está aqui na íntegra, mas exclusiva para assinantes:

Sei que envelheci porque é cada vez mais difícil encontrar um romance capaz de me surpreender. Creio que nos últimos anos isso só me aconteceu uma única vez, e foi exatamente ao ler este livro de Marcial Gala.
(...)
O mistério do tempo é um dos temas do romance de Marcial Gala, porventura o mais interessante. Para onde vão os dias que passam? Pode ser que, como sucede no romance de Gala, todos os instantes estejam intactos, acontecendo perpetuamente, e nada distinga um dia que virá de outro que já passou.

Não sei em que língua o Agualusa leu o nocaute que é essa obra do cubano nascido em La Habana (1965), cidadão de Cienfuegos, residente em Buenos Aires desde 2016. O lançamento em Portugal aconteceu em 16 de fevereiro, há menos de um mês. No Brasil, será em 24 de abril, em pouco mais de um mês. Eu li em inglês (Kindle) numa edição que esteve entre os quatro finalistas na categoria “Tradução” do Pen Prize 2023, mas não levou – o resultado acaba de sair. No ano passado, o romance foi publicado na França também. Pra quem trabalha com tradução, observe bem que só nos EUA a tradutora conseguiu seu nome na primeira capa.

capa da edição americana

Tratar da matéria abarcada nesse livro não parece tarefa fácil nem para as casas editoras. Me tomou de assalto a formulação da Zulma, francesa, que apela para os direitos das crianças e aposta no acrônimo LGBTQIA+, contando com o poder sem limites da literatura, para sentenciar: “Uma voz com um fôlego excepcional”.

Appelez-moi Cassandre s’inscrit dans la lutte pour les droits des enfants et des personnes LGBTQIA+, et rend hommage ao pouvoir sans limites de la littérature. Une voix au souffle exceptionnel. Zulma

O que dizem a editoras portuguesa e brasileira também é verdade, mas é menos verdadeiro.

   Rauli é um menino de dez anos que adivinha o futuro e se sente como uma mulher (grifo meu) que nasceu no corpo de um homem. Uma história de iniciação sobre a Cuba dos anos 70 (sic), durante a guerra em Angola. Quetzal 

    Entre o campo de batalha angolano e a pobre cidade cubana de Cienfuegos, entre as margens da antiga Troia e o mundo do século XX, Me chama de Cassandra narra a busca por uma identidade (grifo meu) em um ambiente hostil, as batalhas, o preconceito e o drama de uma família pobre em meio ao colapso dos sonhos utópicos de Cuba. Globo-Biblioteca Azul

Me chama de Cassandra (título bem brasileiro, como deve ser) é sobre o refúgio na literatura e a fantasia acolhedora que ela proporciona. É sobre deixar-se tomar pelas histórias e já não ser capaz de ver fronteiras. É sobre como só vivendo outras vidas vive-se esta mesma. Mas não traz nenhum alento.

O menino Rauli, que vê fantasmas, viu primeiro o de Edgar Allan Poe, quando estava lendo o tenebrosíssimo “The pit and the pendulum” (O poço e o pêndulo, 1850). Aos 4 anos já tinha tido sua primeira revelação. Na pré-escola, recebeu a visita de Atena, que o reconheceu como Cassandra, a profetiza desacreditada da mitologia grega. Leu a Ilíada sob seu comando. Lembrou ser Cassandra. Como não podia deixar de ser, foi também vítima na guerra.

Pensar essa personagem transcendental como um menino em busca de sua identidade porque se sente como mulher é aplainar a experiência atemporal e metafísica proposta por Marcial Gala. Cassandra é Rauli. 

Marcial Gala (divulgação)

The Iliad was, in high school, one of my bedside books. Achilles and Hector were so familiar to me, along with Prince Andrei from War and Peace. In sum, I could practically say that I was destined to write a book like Call Me Cassandra.

Marcial Gala

Ler a Ilíada, poema épico de Homero considerado um “diversionismo ideológico” na Cuba de Marcial Gala, é um comando de Atena/Obatalá, cobrado depois por Apolo/Shangô, num sincretismo de um autor formado no ateísmo, como ele afirma nesta entrevista, em inglês. “Meu Deus” é sempre “Meu Zeus”.

Com a Ilíada vem a guerra de Troia, pano de fundo a que se alude por contraste com a ação militar das tropas internacionalistas cubanas em Angola, nas quais o frágil Rauli se alista e vai combater aos 18 anos. Do Novo Mundo (Cuba) para as margens do Mundo Antigo (Angola), onde o destino se fará cumprir como o profetizou Cassandra.


         People would physically beat those who would refuse to go to the war in Angola. A famous army slogan at the time was, “If I march forward, follow me. If I stop, push me. If I take a step back, kill me.” 
Marcial Gala

A guerra civil em Angola se estendeu de 1975 a 1991. Cuba naturalmente aliou-se ao Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA), sob o patrocínio da União Soviética, contra a União Nacional pela Independência Total de Angola (Unita) e a África do Sul do Apartheid. Houve uma longa missão militar cubana em Angola. Uma etapa mais avançada dessa operação é parodiada no livro. O pelotão em que Rauli é o mais frágil dos soldados vence uma batalha. Mas nem a batalha é épica, nem esse exército é feito de heróis.

Tanque T-55 com soldados das Forças Armadas Revolucionárias (FAR) cubanas em Angola

In the other photo of our battalion that ran in the Juventud Rebelde newspaper, I don’t appear, and neither does the captain. Carlos, Agustín, Johnny the Rocker, and Lieutenant Amado Salvaterra sit on top of a shiny T-55M tank, looking at the camera with defiance. They don’t look like the little tin soldiers that they are. In that photo, we’re “the Cubans.”
Call me Cassandra

Veículo blindado com bandeira de Cuba em Angola

Outras fotos do conflito estão na comunidade no FB “Crónicas de la Guerra de Angola”. Mais sobre a missão cubana, chamada “Operação Carlota”.

Como o narrador, em primeira pessoa, é Cassandra, tudo o que está previsto pode ou não ser digno de crédito, certo? Daí que não importa que se saiba do desfecho logo de cara. O livro seria uma sequência de spoilers não fosse o acontecimento a própria fala, não o fato. Trago como testemunhos excertos do livro em espanhol e em inglês, disponíveis na rede, que você lê se quiser, é claro. Pode escolher ler o primeiro trecho e não os seguintes. Faço um jogo de lançar a isca e fisgar o peixe.

O livro começa assim em espanhol:

Estoy sentado mirando el mar.

Es muy temprano en la casa, por lo que todos duermen, así que me he levantado, he abierto la puerta y he salido al balcón. Me he traído una silla de la sala para estar cómodo. Tengo diez años y es domingo, así que no voy a la escuela, puedo pasarme la mañana mirando el mar y la mañana me parece un tiempo infinito, pero luego escucho la voz de mi madre detrás de mí:
—Pero, Rauli, ¿dónde te has metido?
Siento que no quiero ser ese Raúl, quiero ser Casandra, no Raúl. No quiero que en la escuela me llamen Sin Huesos, no quiero que mi madre me llame Rauli, quiero estar mucho tiempo mirando el mar hasta que el mar se gaste en mis ojos y no sea más que una línea blanca que hace llorar. Estoy en Cienfuegos, todavía no soy un guerrero de mentiritas aquí en Angola donde nunca llueve, todavía el capitán no me ha llamado a su tienda de campaña para decirme:
—Quítate la ropa que tenemos que jugar a algo que va a gustarte.

Começa assim em inglês:

I’m sitting here, watching the sea.

It’s very early, so everyone in the house is still sleeping, but I got up, opened the door, and came out to the balcony. I brought over a chair from the living room to get comfortable. I’m ten years old and it’s Sunday, so there’s no school, I can spend the morning watching the sea and the morning stretches out to infinity, but then I hear my mother’s voice behind me.
“Oh, Rauli, where have you gone off to?”
I feel like I don’t want to be this Raúl, I want to be Cassandra, not Raúl. I don’t want them to call me Spineless at school, I don’t want my mother to call me Rauli, I want to spend a long time watching the sea, until the sea runs out before my eyes and becomes nothing more than a white line that makes my eyes tear up. I’m in Cienfuegos, I’m not yet a little pretend soldier here in Angola where it never rains, the captain still hasn’t called me over to his tent to tell me “Take off your clothes, we’re going to play a game you’ll like.”

capa da edição argentina


 For me, the novel is, above all, existentialist. It’s a novel whose currency could be “hell is other people” [citação de Huis Clos, de Jean-Paul Sartre] and Cassandra is drowning in her own personal hell, in which there is no way out, she doesn’t even blame father Zeus for making her be reborn in such an inappropriate place, or even Apollo who is so deceitful. She is someone who is resigned to her fate as a propitiatory victim.
Marcial Gala

A continuação em espanhol:


El capitán es oriental, sus palabras me llegan sin eses y yo sonrío porque tengo miedo. Siempre le sonrío a lo que me asusta, no puedo evitarlo. Sonrío cuando pasamos por las aldeas y la gente ve pasar la caravana de tanques y camiones de guerra con ojos que se vuelven inmensos en sus caras terrosas, nos miran con sus pies desnudos empercudidos de tierra roja y a mí me parece que con esos pies quieren decirnos algo, quieren contarme algo a mí en particular. Sueño con esos pies que me dicen:
—¿Qué haces aquí?
Pero por suerte aún estoy en mi casa y miro el mar y pienso, porque reflexiono mucho a mis diez años, pienso que me gustaría abrir los brazos y saltar y caer en el empedrado, y que entonces papá y mamá llorarían mucho y José dejaría de mirarme con esa cara del que lo sabe todo. “Se mató Raúl”, dirían en la escuela y esa vez sería verdad y estaría yo feliz, no tendría que volver a robarle el dinero a mamá para ir a la librería a comprar libros y a decir:
—Deme uno de Edgar Allan Poe, que me lo robaron en la escuela.
—Se acabó Poe, tenemos a Robert Louis Stevenson —dice el librero—. Es lindo libro porque tiene una calavera afuera, pero no sé si será apropiado para tu edad.
—Es para mamá —digo yo y él pone el libro en mis manos mirándome con suspicacia.
—Bueno, pero no lo lleves a la escuela porque luego te lo quitan, y si te preguntan, yo no te lo vendí… ¿está claro?
—Sí —digo yo, que veo fantasmas.
Me asomo a la puerta de mi escuela y allí están, vestidos de marinos. Mi escuela es muy vieja y antes fue un cuartel, se llama Dionisio San Román porque hubo un marino que murió en la insurrección del 5 de septiembre de 1956. Yo regreso caminando a mi casa. Me gasté el dinero del transporte en los libros y arrastro los pies para levantar el polvo y luego respirarlo. Me gusta el olor del polvo. “Mira cómo tienes esos zapatos”, me dice mi mamá cuando subo la escalera, toco en la puerta de nuestro apartamento y Nancy me abre.
—Veo muertos —les digo y no les gusta. Está mal ver muertos, eso es locura, ahora todos somos marxista-leninistas, ateos, y si ves muertos es que estás loco.
—¿Tú quieres estar loco?
—Claro que no —digo y luego abrazo a Nancy y abrazo a mi madre. Me como la merienda que Nancy pone en la mesa con una sonrisa, le doy las gracias y voy al cuarto a leer a Stevenson.

A continuação em inglês:

The captain is from the eastern part of the island, he drops all his s’s when he speaks, and I smile because I’m afraid. I always smile when I’m scared, I can’t help it. I smile when we go through the villages and the people see our caravan of war tanks and trucks go by, with their wide-eyed, muddy faces, they watch us with their bare, red-dirt-covered feet, and it seems like they want to say something to me, specifically. I dream that those feet ask me, “What are you doing here?”

But luckily, I am still in my house now and I watch the sea and I think—because I’m very contemplative at the age of ten—I think that I would like to spread my arms and leap and fall on the flagstones, and then Papá and Mamá would cry a lot and José would stop staring at me with that know-it-all face. “Raúl killed himself,” they would say at school and this time it would be true and I would be happy, I wouldn’t have to steal money again from Mamá to go to the bookstore and buy books and say, “Give me one by Edgar Allan Poe, because they stole mine at school.”
“We’re out of Poe, but we have Robert Louis Stevenson,” the bookseller says. “The book is pretty, with that skull on the cover, but I don’t know if it’s appropriate for your age.”
“It’s for Mamá,” I say and he puts the book in my hands, looking at me suspiciously.
“Okay, but don’t take it to school, because then they’ll take it from you. And if anyone asks, it wasn’t me who sold it to you … Is that clear?”
“Yes,” I say, I who can see ghosts.
I peer into the door of my school and there they are, dressed like sailors. My school is very old and used to be a military barracks. It’s called Dionisio San Román, after a sailor who died in a September 1957 uprising. I walk back home. I spent my bus money on books and I drag my feet to kick up the dust and then I inhale it. I like the smell of the dust. “Just look at your shoes,” my mamá says when I go upstairs and knock on the door to our apartment, which Nancy opens.
“I can see the dead,” I tell them, and they don’t like it. It’s not good to see the dead, it’s madness. Now we’re all Marxist-Leninists, atheists, and if you see dead people, you must be mad.
“Do you want to be mad?”
“Of course not,” I say, and then I hug Nancy and hug my mother. I eat the snack that Nancy puts on the table for me with a smile; I thank her and go to my room to read Stevenson.

Me chama de Cassandra é literatura queer que desvela os cerceamentos e as violências da transfobia. O travestimento é dispositivo frequente, mas nem sempre voluntário, e a sujeição sexual se normaliza no acampamento militar. Uma Cassandra. Um Ajax-Agamêmnon.

Patricia Valladarez-Ruiz, professora da Universidade de Cincinnati,  escreveu recentemente sobre o livro para o “Whatever – A Transdisciplinary Journal of Queer Theories and Studies”.

 El soldado de la patria socialista que nos presenta Gala es misógino, racista, homófobo y, entre otras taras, depre­dador sexual.

   La resignificación del mito griego de Casandra es un recurso que pro­picia la articulación de la identidad femenina del personaje principal y la denuncia de las agresiones que sufre en su ciudad natal y en Angola.

Patricia Valladares-Ruiz

Continuação em espanhol:

También adivino cosas. Zeus mío, sé que moriré a los diecinueve años, muy lejos de Cienfuegos, aquí en Angola, me va a matar el capitán para que no se sepa lo nuestro, lo veo en sus ojos, en su bigote, en la manera que tiene de mirarme.

—Que no se vaya a saber nada de lo nuestro, ¿eh, Olivia Newton-John? —me dice cuando me agacho para chupársela—. Mira que te mato, no vayas a echar a perder mi trayectoria combativa porque te mato como a un perro, ¿está claro?
—Sí —digo y dejo que el miembro del capitán entre en mi boca, luego escupo lo que él deja en ella y me pongo de pie y miro por la ventana, desde donde no se ve el mar sino la tierra roja y caliente de Angola.

Continuação em inglês:

I also predict things. My Zeus, I know I will die at nineteen, very far away from Cienfuegos, here in Angola, the captain is going to kill me so that no one finds out about us, I can see it in his eyes, in his mustache, in the way he looks at me.

“Don’t let anyone find out about us, okay, Olivia Newton-John?” he says to me when I crouch down to suck him. “I’ll kill you, you know, don’t you go and ruin my career here, because I’ll kill you like a dog, is that clear?”
“Yes,” I say, taking the captain’s member in my mouth, and then spitting out what he deposits there. I stand up and look out the window, from which the sea is not visible, just the red, hot soil of Angola.

capa da edição francesa

Extraí o mesmo fragmento da edição francesa:

Je devine aussi des choses. Ô mon Zeus, je sais que je mourrai à dix-neuf ans, très loin de Cienfuegos, ici en Angola ; le capitaine va me tuer pour que personne ne sache pour nous, je le vois à ses yeux, sa moustache, sa façon de me regarder.

-Personne ne dois savoir ce qu’on fait, hein, Olivia Newton-John ?  me dit-il quand je me penche pour le sucer. Tu as compris ? Sinon, je te tue, ne va pas foutre ma carrière militaire en l’air, sinon je te tue comme un chien, c’est clair ?
-Oui, dis-je.
Et je laisse le membre du capitaine pénétrer dans ma bouche, puis je crache ce qu’il y laisse, je me relève et regarde par la fenêtre, d’où l’on ne voit pas la mer, seulement la terre rouge et brûlante de l’Angola.

Armando Valdés-Zamora, cubano exilado, naturalizado francês, professor, fez uma crítica dos lançamentos de traduções francesas da obra de Gala. Na íntegra, em francês, aqui.

 Gala préfère raconter ses histoires en adoptant un point de vue fantastique, faisant cohabiter les vivants et les morts, pour livrer un constat sans concession sur le résultat catastrophique de la révolution cubaine. Le racisme à Cuba et l’homophobie sont les principaux sujets des deux romans où la détresse, le désespoir, et surtout l’échec, sont le lot commun des personnages.

Armando Valdés-Zamora

Antes de Me chama de Cassandra, Marcial Alejandro Gala Olivera, nome completo do autor cubano, tinha sido premiado em 2012, em Cuba, por um livro que precisa ficar registrado: La Catedral de los Negros, ainda sem direitos de publicação no Brasil, mas já traduzido em inglês, também por Anna Kushner (The Black Cathedral, 2020), filha de exilados cubanos nascida na Filadélfia.

O livro é uma fabulosa orquestração de múltiplas vozes em primeira pessoa, 27 personagens que relatam, como se fossem testemunhas, as ocorrências no bairro de Punta Gotica, na cidade de Cienfuegos: “un barrio de negros olvidados y de blancos desamparados” (Corregidor, 2018, p. 74). Lá se constrói uma catedral evangélica enquanto crimes violentos acontecem: quase um thriller em que temas como homofobia, machismo e racismo norteiam as atitudes, bem como o desejo e a ganância. A literatura resgata da voragem Berta, a que vê fantasmas, possivelmente o alter ego de Marcial, mencionado como "el narrador" (p. 215). 


LA CATEDRAL DE LOS NEGROS (2012)
De Marcial Gala
Premio Alejo Carpentier de Novela (Cuba)

La Catedral de los Negros realiza en un envión por lo menos dos gestos de ruptura: por el primero despliega formas inusitadas de la lengua popular […] Por el otro realiza un quiebre de la voz única del autor-narrador: el texto se abre a una multiplicidad de voces que dialogan entre sí, se explican, se completan; todas las opiniones cuentan, cuentan porque narran y cuentan porque importan en sí mismas y en sus cruces.

Celina Manzoni
Prólogo de La Catedral de los Negros (Corregidor, 2018, p.10-11)

             El lenguaje de esta novela es uno de los hallazgos más relevantes del libro. La Catedral de los Negros está escrita en una jerga cubana, propio de marginales. Compleja esta habla si se tiene en cuenta además que proviene de la periferia de una ciudad de provincia y de la década de los 90.

Por fim, quero dar uma cara para Rauli/Cassandra com a capa da edição portuguesa.



Comentários

  1. Texto que apresenta muito bem o livro aos leitores brasileiro, quero ler esse romance.

    ResponderExcluir
  2. Obrigada pelo comentário. O romance merece toda atenção.

    ResponderExcluir

Postar um comentário