UM ATOR E O TEATRO ENGAJADO – ANTÍGONA NA AMAZÔNIA
![]() |
Frederico Araújo, em primeiro plano, como Oziel Alves |
![]() |
Milo Rau, com boné do MST, veste a camisa Antígona na Amazônia |
![]() |
Frederico Araújo, de frente, em primeiro plano |
Ouça aqui (2'10") o depoimento de Frederico Araújo ou leia:
Tudo foi
muito forte! Eu, como ator, por exemplo, estar ali... Imagina! Nunca pensei que a
rodovia Transamazônica fosse ser um palco pra mim em algum momento. Aquele era
o meu palco. Era aquilo que a gente estava fazendo. Era realmente uma performance, com as câmeras correndo atrás da gente, mas sem parar, sem edição: não era um
filme que a gente estava fazendo, era teatro. E foi incrível! Eu, nesse momento,
personificando a memória do Oziel (Alves), que foi um jovem morto no massacre, e uma responsabilidade muito grande de ser a voz, de dar voz a essa memória, a essa
presença muito forte pro Movimento. Foi assim que a gente finalizou nossa
temporada de aprendizado, de convivência com o Movimento Sem Terra. A gente fez
o filme, a gente gravou todas as cenas, que, a princípio, vão ser projetadas
durante o espetáculo, porque o espetáculo tem essa linguagem de ter os atores
em cena e ter um filme passando atrás: a relação do ator, ao vivo, em cena,
fazendo teatro, com as imagens gravadas no Pará e projetadas durante o espetáculo. Isso é parte da pesquisa. A gente gravou tudo o que tinha que gravar no Brasil,
a gente passou por essa convivência enriquecedora com os jovens do Movimento e
agora a gente voltou pra Bruxelas e vai voltar a ensaiar, já no palco, teatro e
a relação teatro-cinema, para estrear daqui a três semanas. Então, vai ter muita
coisa boa pela frente. É o que eu espero. Tenho a sensação do dever cumprido,
porque foi lindo o trabalho que a gente fez. Estamos todos contentes e vamos
trabalhar ainda muito mais pra ficar uma peça linda e a gente estrear
lindamente em 13 de maio.
Reportagem publicada pelo MST em 23 abr. 2023, com depoimentos de militantes. Leia aqui.
Comentários
Postar um comentário