ANTÍGONA NA AMAZÔNIA E O MST
A montagem da obra concebida pelo encenador suíço Milo Rau contará com cenas gravadas em assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), aldeias indígenas e reservas florestais no Pará.
Haverá um coro com membros do povo Gavião, gravado em Marabá (PA). Estarão em vídeo também Gracinha Donato, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), e a atriz Célia Maracajá, que trabalhou no Teatro de Arena com Augusto Boal e que é uma precursora da produção audiovisual dos povos originários. Em 2001, Augusto Boal iniciou um processo de formação teatral de militantes do MST com técnicas do Teatro do Oprimido.
Segundo o MST, o projeto - idealizado por um europeu - traz pluralidade e representatividade no elenco, formado pelas atrizes e atores do NTGent (brasileiros e belgas) com integrantes do MST de diversos estados do Brasil, como a Brigada Nacional de Teatro do MST Patativa do Assaré e o coletivo de Teatro Banzeiros, além de sobreviventes do Massacre de Eldorado do Carajás, que remontam a cena numa maquete na foto abaixo.
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@RodriguesSilva |
Numa adesão de última
hora, o ativista indígena e filósofo Ailton Krenak gravou cenas como o profeta
Tirésias para a montagem que estreia em 13 de maio na Bélgica. Nesta
segunda-feira, 17 de abril, marco de 27 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás,
será encenado o ato de violência policial que deixou duas dezenas de mortos.
Certamente algumas imagens vão integrar a peça de Milo Rau, que só vai circular
no Brasil em 2024.
E, se você tem curiosidade como eu, o livro que tá na mão do Krenak é Política Selvagem, de Jean Tible, professor da USP, lançado em novembro de 2022 pela GLAC Edições.
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