ANTÍGONAS


Mito: Antígona
Texto: Antígona de Sófocles [numa versão popular para teatro de rua]
Local: Sesc Parque Dom Pedro II | São Paulo (SP)
Direção: Mário Santana
Dramaturgia: Calixto de Inhamuns
Elenco: Amanda Moreira, Marina Branco, Roberto Rosa, Silvia Pecegueiro
Realização: Cia Fábrica São Paulo 
Assistido em: 03.09.17
Duração: 50 minutos

A  intolerância  de  Creonte  e  a  transgressão  de  Antígona  colocam  esta  peça  como  a mais atual  entre  todas  as  peças  gregas. Tomar  conhecimento  deste  texto  de  Sófocles  é essencial  à  formação ética  daqueles  que  atuam  na  defesa  de  avanços  nos  processos civilizatórios, tornando-se imprescindível neste momento em que, no mundo todo, eclodem conflitos entre indivíduo e Estado. (Divulgação)



Comentário

O plural do título desta montagem vem da atualização do texto da tragédia ática, com a inclusão  de  duas  personagens  femininas:  Dulce  e  Margarida,  brasileiras  que  reclamam  os  corpos  de seus  jovens  filhos. 

São  breves  participações,  mas  que  dão  a  entender  que  o  filho  da  primeira seria um desaparecido da ditadura militar e o da segunda, um morador de rua como a mãe. ͞Essas  mulheres    foram  Antígonas;  hoje  são  Dulces  e  Margaridas͟, diz  o  coro. 

Três  atrizes  e um ator representam vários personagens, com rápida troca de vestuário e intensa movimentação cênica. Também se unem para fazer o coro que canta breves temas compostos para a peça.

A  abordagem  é  didática,  com  trechos  explicativos  do  mito  e  declarações  hodiernas  sobre  a opressão política. A solução cenográfica, com um palco móvel que se fecha todo, simulando a caverna  à  qual  Creonte  condena  Antígona (fotos acima),  é  inteligente,  mas  creio  que passe  despercebida, exceto para quem conheça bem o texto. (Renata Cazarini)